Dr. Salabim Pim Pim
Dr. Salabim Pim Pim
Era uma vez.
Na verdade, foram várias as vezes.
Mas, para seguir o roteiro,vai ser “uma vez mesmo”.
Era uma família de lutadores.
Meu tatatatatatatataravô por parte de Pai, SalabimAntonio, era um guerreiro do cangaço. Não daqueles cangaceiros de Lampião e Maria Bonita, uma espécie de dissidência, sabe. Seu destino era fazer justiça em favor do sofrido povo. E a luta, infelizmente, era armada.
Meu tatatatatatataravô materno, SalabimKiiti, era um samurai. Verdade, daqueles que defendiam o Imperador. Zelava pela ordem e justiça. Mas, na espada, no fio dela. Meio violento, devo dizer.
Passados muitos anos, e avôs, tataravôs, bisavôs, ficou claro que, apesar dos esforços, a força já não se prestava tanto àquilo que se destinava, ou seja, a mudar as coisas, ou mesmo para mantê-las da forma que eram.
Assim, nos tempos passados, o inimigo era destruído. Dizimado.
Mas era preciso mais.
Foi então que se descobriu que, melhor que destruir, era transformar.
Mudar. Mudar o inimigo para amigo. O mal para o bem. O cinza para branco. As trevas para a luz.
Mas para tanto, a força não seria o suficiente.
Foi então que SalabimPimPim começou sua missão.
Carregava consigo, a força de sua família, de sua equipe, que lá em casa ficara.
Uniu-se a um bando (não do cangaço). Um bando de loucos (vai Corinthians).
Trocou as armas pelo sorriso. Pela alegria gratuita. Pelas palavras e convencimento. Pelo amor sem pretensão.
E começou a mudar e não mais destruir.
Às vezes, mudava alguns minutos, outras, o dia das pessoas. Ocorria, também, de mudar a vidadas pessoas. E até as pessoas.
Em troca, recebia energia, alegria, esperança, fé,para outras lutas, outras visitas.
O caminho estava desenhado. Era só caminhar.
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa – Mar Português